sábado, 1 de novembro de 2008

Desse ovo sai pinto?

Lula segue na sua empreitada de conscientizar outros chefes de Estado em vista de mudanças no sistema financeiro mundial. De quebra, faz mais uma analogia pra coleção: "o mercado do jeito que está mostrou-se um ovo sem gema". 

Lula: FMI não serve para nada; mercado é ovo sem gema


Sáb, 01 Nov, 08h40
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a insistir ontem, durante discurso de inauguração de um escritório da Associação Brasileira de Promoção das Importações e Investimentos (Apex), em Havana, que é preciso uma mudança na regulação do sistema financeiro internacional, para evitar especulações como a que gerou a crise econômica global. "O FMI (Fundo Monetário Internacional) e o Banco Mundial, do jeito que funcionam hoje, não servem pra nada."
No mesmo discurso, Lula referiu-se ao FMI com algum desdém. "Eu tive uma alegria imensa no dia em que chamei o presidente do FMI, um espanhol chamado Rato (Rodrigo de Rato), e lhe disse: "Não preciso mais dos seus US$ 16 bilhões, pode levar". Em seguida, Lula lembrou seu passado de sindicalista de esquerda. "Vocês não imaginam a alegria que tive - eu que passei a vida inteira dizendo 'fora, FMI' e, como presidente da República, ter chamado o FMI para dizer 'Adeus, FMI'."
Lula disse que na mudança que permitirá a regulação do sistema financeiro internacional os países emergentes têm de ter participação em todas as decisões. Na reunião do G-20, no dia 15, em Washington, ele pretende conversar com todos os presidentes, um a um, para defender sua proposta. Ele disse que o mercado, tido até então como o regulador de tudo, "mostrou-se um ovo sem gema".
"Desde o Consenso de Washington, o mercado é tido como aquele que regulamenta tudo, e o Estado é como se fosse uma coisa fora do tempo, atrasado. Agora, no entanto, os Estados tiveram de socorrer os mercados", disse o presidente. "E o grande paradoxo de toda essa situação é que os países desenvolvidos, onde a crise nasceu, cresceu e se desenvolveu, agora confiam na capacidade de consumo dos emergentes, que são tidos como os que vão salvar a situação." Mais tarde, durante entrevista no aeroporto de Havana, momentos antes de embarcar de volta para o Brasil, Lula atacou novamente os especuladores. Disse que eles não produziram nem um botão e querem agora dividir os prejuízos com os países pobres e com os países em desenvolvimento: "A crise não nasceu na África nem na América Latina. Nasceu nos Estados Unidos e contaminou a União Européia. Eles é que têm de pagar pela crise." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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