Mantega diz que fusão do Itaú com Unibanco fortalece sistema financeiro
03/11/2008 - 13h05
EDUARDO CUCOLOda Folha Online, em Brasília
A fusão dos bancos Itaú e Unibanco, anunciada hoje, deve fortalecer o sistema financeiro nacional e evitar problemas na liberação de crédito no país, segundo o ministro da Fazenda, Guido Mantega.
Após participar de reunião do Palácio do Planalto, o ministro comentou o negócio que formará o maior banco do país e o maior grupo financeiro do Hemisfério Sul.
"É importante, pois solidifica os dois bancos. É normal que em um momento de turbulência, de problemas internacionais do setor financeiro, você tenha um movimento de fusões. São dois bancos tradicionais, dois bancos sólidos, que têm uma atuação importante para a atividade econômica", afirmou Mantega.
O ministro destacou também a questão que mais preocupa hoje o governo, que é a falta de crédito no sistema financeiro.
"Eu acredito que é um fato importante que, nesse momento, eles se unam de modo a continuar cumprindo o papel de liberar crédito", afirmou.
Mantega reconheceu que a fusão vai aumentar a concentração do sistema financeiro nacional, mas afirmou que esse fator é positivo na medida em que fortalece as instituições que atuam no país.
"Vai mudar um pouco, mas não muito, porque ele já é um setor concentrado. O importante é que essa concentração vem no sentido de fortalecer o sistema financeiro', afirmou. 'Elas vão ter um poderio financeiro maior.'
Um dia depois do outro
O ministro também comentou o fato de o Banco do Brasil, que comemora em 2008 os seus 200 anos, ter perdido o posto de maior instituição do país.
"Momentaneamente ele perde a liderança, mas a vida é assim, nada como um dia depois do outro. Ele terá chance também de correr atrás e se refazer", afirmou o ministro. "Se ele é o primeiro ou segundo ou terceiro não é tão relevante, mas garanto que ele vai continuar crescendo."
No final do mês passado, o governo editou uma medida provisória que permite a compra de bancos privados pelo BB e pela Caixa. A medida ainda está em análise no Congresso. Até hoje, esse tipo de negócio era proibido.
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