Amorim defende mais autonomia em decisões da América Latina
16/12/2008 - 03h25
Na visão do chanceler brasileiro, Celso Amorim, a cúpula América Latina-Caribe que acontece nesta quarta-feira (17) na Costa do Sauípe (Bahia) funcionará como um manifesto pela independência decisória da região, informa reportagem de Clóvis Rossi na Folha.
A defesa é de uma espécie de "a América Latina (mais o Caribe) para os latino-americanos". A opinião contrasta com a chamada Doutrina Monroe, lançada em 1823 pelo presidente dos EUA James Monroe com o lema "A América para os americanos".
"É inacreditável que seja necessário, nesses 200 anos (após as independências dos países latino-americanos; ou menos no caso do Caribe), que os países da região tenham que se reunir na presença de poderes externos". E mencionou EUA, Espanha e Portugal como os "poderes externos".
O chanceler confessou uma frustração com a região. Na Cúpula do Mercosul, iniciada nesta segunda-feira (15), não se chegou a um acordo para eliminar a dupla cobrança da TEC (Tarifa Externa Comum), que caracteriza uma união aduaneira --um passo adiante em matéria de integração, em relação a uma área de livre comércio.
Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai não conseguiram concluir as negociações para eliminar a dupla cobrança da TEC. Hoje, um produto que ingressa no Mercosul pelo Uruguai e depois é reexportado ao Brasil, por exemplo, paga imposto de importação duas vezes e cada país fica com imposto arrecadado.
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